Este artigo explica a curva de forma prática e traz um passo a passo para você diminuir o custo das alterações usando um fluxo moderno de projeto (BIM) e rotinas de coordenação que dão tração à execução.
O que é a Curva de MacLeamy?
A Curva de MacLeamy, criada por Patrick MacLeamy, é um conceito gráfico importante em gestão de projetos, especialmente construção civil e arquitetura. Ele ilustra a relação entre o tempo, o esforço e o custo das mudanças em projetos de construção ao longo das fases do ciclo de vida do projeto.
Além disso, demonstra que o custo das alterações aumenta exponencialmente quando feitas em estágios avançados do projeto, enquanto a capacidade de impactar positivamente o custo e desempenho do projeto é maior nas fases iniciais.
Explicação didática das curvas

A Curva de MacLeamy possui quatro curvas principais:
- Curva 1 – Habilidade de impactar custos e performance: Representa o poder da equipe de projeto para influenciar custos e desempenho, sendo máxima no início do projeto e decrescendo com o avanço das fases.
- Curva 2 – Custo das mudanças: Mostra que o custo de implementar mudanças é baixo nas fases iniciais e cresce abruptamente nas etapas posteriores, principalmente durante a construção.
- Curva 3 – Esforço no Fluxo Tradicional (CAD): Indica que o esforço para produzir o projeto aumenta com o avanço das etapas, sendo intenso na fase de entregas documentais.
- Curva 4 – Fluxo de Trabalho BIM: Demonstra um esforço mais concentrado nas fases iniciais, potencializando a identificação e solução de conflitos precocemente.
Como a curva ajuda a reduzir custos?

Investir tempo e esforço nas fases iniciais do projeto, com planejamento detalhado e uso de metodologias digitais como BIM (Building Information Modeling), permite:
- Avaliar múltiplas alternativas sem grandes custos.
- Detectar e corrigir erros antes que gerem retrabalho e aditivos onerosos.
- Melhorar a colaboração e comunicação entre equipes, reduzindo falhas de informação.
- Aumentar a previsibilidade do orçamento e do cronograma.
Benefícios comprovados do uso da Curva de MacLeamy e BIM
- Redução significativa nos pedidos de alteração durante a execução de obras.
- Minimização do retrabalho e atrasos.
- Economia que pode atingir cerca de 20% dos custos relacionados a alterações.
- Melhoria na qualidade do projeto final e satisfação dos stakeholders.
7 ações práticas que ajudam a reduzir o custo das alterações de projeto
- Comece com um BEP (Plano de Execução BIM) simples
Defina usos do modelo (4D/5D, compatibilização, quantitativos), responsabilidades, prazos e níveis de informação esperados. Sem BEP, cada disciplina joga suas regras. - Padronize nomeação, revisões e versões
Convenções claras (disciplinas, locais, revisões) evitam “última versão – final – v2”. Isso reduz mudanças por desencontro de informação. - Faça compatibilização por ciclos curtos
Rodadas quinzenais (ou semanais) com lista objetiva de conflitos priorizados por impacto (custo, prazo, segurança). Registre decisões e responsáveis. - Simule antes de executar
– 4D: sequência construtiva para detectar gargalos e frentes de trabalho inviáveis.
– 5D: quantitativos e orçamento preliminar para testar alternativas (materiais, soluções). - Antecipe aprovações com fluxo rastreável
Nada de “aprovado no WhatsApp”. Use etapas formais (revisado → aprovado → publicado), prazos e responsáveis. A obra só enxerga o publicado. - Traga a obra para o início
Envolva quem executa ainda no anteprojeto. Feedback de campo sobre acessos, logística e montagem reduz mudanças tardias por inviabilidade prática. - Meça e aprenda
Acompanhe indicadores: % de conflitos por disciplina/local, tempo médio de aprovação, nº de revisões até publicação, principais causas de alteração. O que mede, melhora.
Dicas para começar a aplicar no seu projeto
- Procure integrar todos os envolvidos desde o início, usando modelos BIM para visualização e tomada de decisão.
- Realize revisões detalhadas nas fases preliminares para evitar mudanças caras no futuro.
- Utilize softwares colaborativos para garantir a atualização e o acesso rápido às informações.
- Capacite a equipe para a adoção dos processos digitais e metodologia BIM.
Como a ConstruCode pode te ajudar nesse processo

- Fluxos de aprovação e publicação
Etapas configuráveis (revisado/aprovado/publicado), prazos e responsáveis. A equipe de obra só acessa a última versão publicada, reduzindo execução com documento obsoleto. - Controle de revisões e comparação
Histórico completo, sobreposição de projetos, comparador de revisões para entender o que mudou antes de liberar. - Tarefas e Gantt integrados ao projeto
Planejamento colaborativo entre escritório e campo com checklists, responsáveis e datas — tudo vinculado às entregas de projeto. - Rastreabilidade em campo (Códigos QR, aplicativo)
Equipes acessam documentos e revisões pelo QR no local. Zero “manda no grupo do WhatsApp”. - Vistorias + FVS digitais
Registro padronizado das não conformidades, com gráficos sobre recorrência por local/disciplina/empresa — insumo direto para decisões de projeto e prevenção. - Relatórios e insights
Dashboards de aprovações, pendências e retrabalho por etapa e por responsável — para você medir onde o custo das mudanças está nascendo.
Usando a mesma lógica da Curva: decidir, aprovar e comunicar antes de chegar na frente de serviço, garantindo menos imprevistos e menos custos.
Conclusão
A Curva de MacLeamy vai além de um recurso visual: trata-se de um alerta econômico. A antecipação das decisões reduz, de forma substancial, o custo das alterações. A adoção de práticas estruturadas de coordenação — como BEP, compatibilização e fluxos formais de aprovação — aliada a uma plataforma que assegure a rastreabilidade do escritório ao canteiro, minimiza mudanças onerosas e eleva a previsibilidade do empreendimento.
Deseja avaliar a aplicação no seu contexto? Entre em contato com um especialista da ConstruCode para simular o fluxo de aprovações, revisões e tarefas antes da próxima licitação ou obra.
Fonte: ConstruCode – Blog – ConstruCode










